8.13.2009

casas compartidas 2

"Estas casas", no entanto podem abrir um precedente social e económico, nomeadamente nas classes de emigrantes sem perfil profissional, que se aglomeram em número clandestino em busca de uma melhor relação preço/estadia, habitando autênticas assembleias sem condições de higiene e de habitabilidade.
Aqui cabe ao politico, precaver e salvaguardar esta situação. Os politicos são os principais responsáveis pela exploração destes cidadãos. A exploração de individuos no mercado de trabalho abre portas a ese tipo de vivência, que pararelamente ao referido acima, são potenciais salas de debate e de construção de ideias, mas que infelizmente resultam, não de uma vontade natural e evolutiva, mas sim de um cenário projectado e explorado por muitos.

8.03.2009

CASAS COMPARTIDAS

“ TRIMMMMMMMMMMMMMMMMMM !!!!!
-Foda-se, já são 9 e 43… tenho que me despachar!!!!
.Levanto-me ,tiro o resto da roupa de ontem de cima da cama, saiu do quarto, vejo o Esteves a dormir de cigarro aceso deitado no sofá. O Gajo, o A. Esteves acorda e adormece em seguida no sofá com o primeiro cigarro do dia.
Entro na cozinha imunda, o lava-loiça cheio de loiça por lavar! Pego numa última tigela de cereais, encho-a ,e como de rajada! Faço a diagonal da sala inspirando o cigarro do Esteves e chego à casa de banho…ocupada…está lá a Laura, jovem estudante italiana de 24 anos…”




É assim, mais ou menos neste espírito, onde se pode aplicar o termo “bigbrother” que vivem cerca de 80 milhões de cidadãos europeus. Autênticas famílias de jovens assalariados.
Este conceito de vivência surge com o nascimento do programa erasmus em 1987 ,tratando-se de um programa de apoio interuniversitário de mobilidade de estudantes e docentes do Ensino Superior, entre estados membros da União Europeia e estados associados, permitindo aos alunos estudarem noutro país por um tempo de 3, 6 e 12 meses.
Para estes alunos recém chegados a um país novo, à data, quase sempre provenientes de uma cultura social e económica diferente , resultava mais fácil e barato partilhar o mesmo espaço , a mesma casa. Assim, grupos de diversas nacionalidades dividem o arrendamento de apartamentos ,normalmente situados em bairros adjacentes à respectiva universidade.
Estas não foram propriamente as primeiras casas “invadidas” por gente jovem e estudantil, mas certamente as primeiras que resultaram de um processo de abertura de fronteiras, entre as universidades que fizeram “hoje” a Europa politica e laboralmente aberta.
Presentemente, esta europa aberta e democrática possui mais de oitenta milhôes de trabalhadores e estudantes a viverem nesta situação, em casa compartida , que terá obviamente que sobreviver com regras e códigos muito especificos para que a vida no seu interior seja vista e vivida com algum bem estar. Pagamentos de contas a horas, limpezas regulares, gastronomia, conforto, privacidade.
Em termos sociais, e a nivel de relações pública/privada, estas casas são sobretudo uma extensão da rua até a casa. São espaços sociais de conhecimento múltiplo de pessoas, ou seja, casas de porta aberta ou entreaberta que proporcionam o debate, a festa, uma interacção com diferentes agentes interiores e exteriores.
Um jantar, a lida da casa, um serão , um filme visionado no salão, um pc ligado, são cenários que podem suscitar diversas trocas de informação.O espaço de casa ganha dinâmica pública, gente, informação e tempo, factores essenciais na caracterização de um espaço, até à data, tradicionalmente público.
Os espaços mais privados, como os quartos, acabam também por se tornarem espaços públicos, ou através de "chats" , conversas telefónicas ou de chamadas de 3a geração ou até mesmo em visitas esporádicas de sexo numa sexta feira à noite!!!
Em boa verdade,é apenas com o avanço tecnológico que foi possível tornar um espaço, teóricamente mais intimista, num espaço de diálogo e troca de ideias entre muitos.

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